segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SINFONIA DE AMOR

(Para a mulher que me ensinou a amar)

Debruçado sobre os fragmentos do passado
Indago nesta dimensão do tempo
                        que se fez eterno
minhas precárias possibilidades
                        de um compositor de estrelas.

Visito teu dorso;
Viajo sobre teu ventre;
Trafego em todos os limites
                        de tua epiderme tenra.

Sei que a pré-aurora prenuncia versos
De um vocábulo jamais traduzido
E, no entanto
Na vasta constelação dos meus sonhos
Eu te sinto desde toda a eternidade.

Teu nome é meu canto; teu amor
            É esta vida que construo,
Subtraindo de uma arquitetura cósmica
A energia de todas as possibilidades.

Por que, meu Deus, por quê?
me conferiste a harmonia deste amor tão profundo
sendo eu um viajor tão precário
conduzindo o leme com mãos de aprendiz,
inda que carregado da intenção dos arqueiros?

Mas como um carpinteiro de dotes elementares
Recorto no lenho tua forma bela de mulher.
Atrevo balbuciar teu nome – Lenir
E te ofertar meus medos, minhas fraquezas,
A multiplicidade de minhas dúvidas
E com a força de um pássaro,
Enfim tornado gigante, deposito como uma flor,
No centro hemisférico do teu coração
O único verdadeiro legado – meu amor
Em toda sua dimensão,
Em toda sua cumplicidade,
E para todo o sempre, eterno.


12/06/1989

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