sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Terceiro ano da ressurreição da Lenir

Hoje meu filho Fabrício me ligou de São Paulo para compartilhar a recordação da partida da Lenir para o plano espiritual. Queria saber como eu estava. Então eu lhe contei o seguinte sonho que tive alguns meses depois da Lenir ter partido:

- O cenário era um quarto em que a Lenir estava deitada. Suas amigas tinham vinho de São Paulo para seu velório. Então, chegando ao quarto elas viram  a Lenir conversando;seu semblante era muito triste.
As amigas me perguntaram:
- E agora o que você vai fazer? Eu não sabia. Elas continuaram:
- Olha só! A Lenir queria tanto partir e agora ela não consegue ir embora. No sonho era tudo muito estranho. Era como se todos nós tivéssemos rompido alguma lei da natureza. Havia em nós um tipo de sentimento de transgressão. Mas na tristeza da Lenir era como se ela mesma não soubesse o que fazer. Neste momento chega meu pai (que já faleceu também), usando uma roupa de gala,  e diz: - Podem deixar. Eu vou resolver isto.
Na sequência ele chama pela Lenir que o acompanha. Nós todos ficamos apenas olhando. O clima era de calma e expectativa. Os dois se dirigem para um elevador e, quando sua porta se abre, eles entram. Fazendo apenas um pequeno aceno, as portas do elevador se fecham e em seguida sobe.
Depois disto todos sentimentos um tipo de alívio como se as coisas tivessem voltado ao normal. Como se tivesse restabelecido a lei, que fora rompida.
Ainda no sonho lembro as mensagens espíritas que falam de pessoas que têm dificuldade de libertar o próprio espírito depois da morte. Por alguma razão ficam prisioneira na terra. No filme Ghost esta situação é mostrada. No meu sonho era como após eu e as amigas da Lenir reconhecendo seu direito de descansar ela finalmente então se liberta.
Contei o sonho para o Fabrício e ele ficou emocionado. Reconheceu que aqueles entes queridos que partiram, como sua própria mãe, tinha o direito sagrado ao descanso. E assim foi.
Eu disse então ao Fabrício que este sonho me ajudou a superar a dor da partida da Lenir. No lugar da dor ficou a saudade de uma pessoas que sempre amamos. Ele então completou, dizendo que agora ela devia estar velando por todos nós em algum canto do céu, junto com todos os nossos parentes que já partiram. E o dia de hoje seria lembrado não como um dia triste, mas como a celebração de outra dimensão da vida, tão natural quanto o próprio nascimento.