quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tempo - o Poema Provisório

Certas lições aprendi com as estrelas;
Destas que já tarde,
quando as horas se despem de suas folhagens
                            mais solenes e ríspidas,
descobrimos
num canto da sala,
Indiferente ao seu poder de luz.

Repetidamente interrogamos
perante surdas muralhas:
Porque voltar para casa
se o dia é como um raio
que nos transporta
a subterrâneos cristalinos,
onde o amor explode
indo esbarrar no perímetro
de nossa impossibilidade humana?

No final de tudo fica uma vontade maior;
Fica um trejeito imprevisto,
interrogando a praia e o obscurantismo
de passados soterrados na memória
e de um tempo cuidadosamente esquecido.

Ante o conjunto de opções
não me contenho e prossigo:
(o que é esse tempo mergulhado
em folhinhas de mulheres nuas?)

No entanto contarei a todos os meus alunos
A história dos homens. Hoje contarei.

Há muito reservo – corrompendo
Em cantilenas o circuito mais próximo, -
Um beijo épico, que contasse
Um tempo no pós-manhã. Um tempo
de descuidado passeio
pela viela vespertina.
Provisoriamente o sol não chegou
Sequer na esquina
Dos nossos laboratórios futuristas.
Ainda assim haveremos de amanhecer
Em qualquer aurora.

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