quinta-feira, 17 de novembro de 2011

TALISMÃ

O pássaro-fêmea nasceu
do fogo, do ar, da terra.
Suas plumas teceram-se
sobre os ventos de sudoeste.
Seus olhos bordaram-se
no mágico instante da espera.
O pássaro-fogo nasceu fêmea.
Tirou do ar sua fluidez
         ( o movimento arrítmico
                   do coração)
Tirou da terra
         porções secretas.
Banhou-se em nuvens elétricas,
pousando sua penugem
entre prótons e neutrinos.

A mulher-fogo nasceu Leão,
Num momento em que Vênus
Estendia para o Sol
Fios contaminados
De rumores insuspeitos.

O Sol confundido perdia
Um pouco de sua febre
Para a fêmea, enfim
Submergida a um lençol do mar.
A mulher-mulher nasceu Lenir.
verso infinitivo que inda se conjuga
em cada detalhe constelar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário